segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

As cores da Bahia no governo

Com orgulho vimos no dia 28 de janeiro a posse do novo Secretário da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), Almiro de Sena Soares Filho. Sua atuação democrática, segura, leal e companheira como promotor da Igualdade e da Cidadania, com reconhecida contribuição social através de suas atuações no Ministério Público e na área da Educação, nos dá a certeza de que teremos a pessoa certa no lugar certo e, assim, cadeia não será sinônimo de depósito de gente.

Aproveitamos este momento júbilo para levantar a discussão sobre a ideologia do branqueamento que enfrentamos e combatemos em nosso dia a dia.

Nós, os afrodescendentes, chegamos ao Brasil em condições de extrema exploração e subalternidade. O colonizador português impôs sua suposta superioridade e usou de todos os meios como a repressão, violência de Estado e a ideologia para mostrar que tudo o que era positivo se referia ao europeu. Tudo que era negativo era relativo aos povos dominados como os índios e os negros.

Até hoje o racismo e seus conceitos afetam as relações sociais em todos os campos. A opressão se dá até mesmo de forma subliminar. Por que o cabelo crespo da maioria dos negros é chamado de cabelo ruim? Por que nossas roupas coloridas ainda causam escândalos em alguns setores? Por que a maioria dos desempregados é negra? Por que o negro que exerce a mesma função que um branco quase sempre ganha menos? Todas essas perguntas têm como resposta, como raiz, a existência de um racismo sórdido que precisa ser combatido.

Com a ascensão do secretário Almiro Sena vemos também que os negros ainda têm um espaço restrito. Estamos subrepresentados dentro das instituições do Estado. Até mesmo na Câmara Municipal de Salvador, a maior cidade negra fora da África, temos uma representação pequena.

"A educação é a mais poderosa arma pela qual se pode mudar o mundo", disse Nelson Mandela, porém, vemos que nossas crianças estão nas piores escolas estaduais. Em relação à segurança, mortalidade, emprego, renda e riqueza e tantos outros índices sociais quisermos listar, os negros sempre aparecerão como os que estão no mais baixo nível. Ora, isso precisa acabar e só acabará com a ação de toda a sociedade.

Acredito que nosso papel é aumentar a pressão para que políticas públicas ocorram, lutar por igualdade no mundo do trabalho como forma de inclusão social.

Finalizo afirmando que a presença de Almiro Sena e demais afrodescendentes no governo estadual dão à nossa juventude referências positivas, mostram que "a educação é o grande motor do desenvolvimento pessoal", citando mais uma vez Mandela. Com certeza, todos nós nos sentimos vitoriosos porque as cores da Bahia e toda a sua diversidade chegam à Secretaria de Justiça e irão se expandir para os diversos setores de nossa sociedade.

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