domingo, 26 de setembro de 2010

Mãe Stella de Oxossi




Com orgulho, ao lado do deputado Sem Terra Valmir Assunção, fomos recebidos por Mãe Stella de Oxossi, Yalorixá do Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, na quinta-feira, 23 de setembro, em sua casa, em São Gonçalo do Retiro, Salvador.

A Yalorixá desejou sorte a Valmir Assunção, que é candidato a uma vaga na Câmara Federal, e o convidou para festejar a vitória no Terreiro. Assunção ainda recebeu das mãos da sacerdotisa o seu livro autografado "Meu Tempo é Agora", escrito para disseminar a compreensão sobre a religião de matriz africana.

Foi um momento dos mais emocionantes de minha vida. As minhas raízes vêm do Candomblé. Sou filho de Belinha de Oxossi, do mesmo barco de Mãe Stella de Oxossi (Odé Kayodê) e outros de igual grandeza em nossa religião de matriz africana.

Na oportunidade, representando a gratidão dos trabalhadores em limpeza, oferecemos uma placa de agradecimento à Mãe Stella pelo apoio que recebemos dela quando 4.741 funcionários foram demitidos em 17 de fevereiro de 1997, pela Prefeitura de Salvador. Do dia para a noite milhares de famílias ficaram sem sustento e sem nenhum apoio.

O Sindilimp-BA, entidade da qual faço parte com orgulho, não se calou e organizou a resistência contra esse atentado. Mãe Stella nos acolheu, deu apoio, sustentação física e espiritual e partimos firmes para a luta que recentemente se mostrou vitoriosa. Não tenho dúvida que além da ação política, pudemos contar com a força dos Orixás.

Com emoção falo sobre os 100 anos do Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, fundado por Mãe Aninha em 1910. Um símbolo de resistência e de vitória daqueles que se recusaram a seguir deuses impostos e se mantiveram fiéis ao que nos foi passado de geração em geração através da palavra dos mais sábios de nosso meio.

Ilê Axé Opô Afonjá, que significa Casa da Força Sustentada por Xangô Afonjá, não deve ser encarado como um lugar turístico. É nosso lar, nosso lugar sagrado, onde buscamos e encontramos forças para viver, resistir e vencer. A história do Ilê Axé Opô Afonjá, repito, é a história da resistência e do heroísmo daqueles que, movendo-se pela fé, nos deixaram como legado algo que ninguém pode nos tirar, a honra, a fé e o Axé.

Mãe Stella é uma lição para todos nós. Uma pessoa de fé que, dentro tantas e inúmeras qualidades, investiu no conhecimento, lutou em todos os campos, inclusive no da política, escreveu livros, firmou identidade do Candomblé se opondo a prática do sincretismo religioso, muitas vezes imposto, que une a imagem de santos católicos à de orixás, construiu escola, museu, biblioteca e tantas coisas mais que poderiam ser descritas aqui.

Jamais vou esquecer o dia 23 de setembro de 2010, o olhar penetrante de Mãe Stella, a força e energia que sua presença transmite.

Muito obrigado e a sua benção hoje e sempre Mãe Stella de Oxossi!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Vitória dos trabalhadores terceirizados em Salvador

O Sindilimp-BA sempre optou pela mobilização e luta organizada. Mais uma vez assim atuamos em relação às empresas terceirizadas que praticam um calote constante como, por exemplo, Acmav, Skyserv, Fox e Climex.

Foram várias manifestações de rua e nossas reivindicações foram ouvidas na marra. No dia 11 de agosto, a Prefeitura de Salvador criou uma comissão para que seja garantido o cumprimento do contrato das empresas terceirizadas, com o pagamento em dia dos salários dos trabalhadores. No dia 18 a Secretaria da Fazenda apresentou para a direção do Sindilimp-BA uma planilha dos pagamentos feitos para as empresas de prestação de serviço de mão-de-obra terceirizada nos últimos meses.

Esperamos e exigimos que a prefeitura normalize a situação do pagamento dos trabalhadores, muitos inclusive paralisados e que devem retomar suas atividades nos próximos dias desde que o acordo seja cumprido. Não aceitamos que todo mês aconteça a mesma coisa.

Os empresários culpam a prefeitura e a prefeitura responsabiliza as empresas. No final, os únicos prejudicados são os trabalhadores que ficam sem salários. Somos um sindicato cidadão. Não querermos prejudicar a população, porém, não podemos deixar a situação chegar ao extremo do desrespeito que significa o calote, o não pagamento de salários aos trabalhadores.

A administração municipal assegurou que todas as pendências serão resolvidas e que o pagamento dos salários dos trabalhadores sempre acontecerá no quinto dia útil do mês, assim como os demais direitos trabalhistas como vale transporte, tíquete refeição e outros.

Fazemos política, sim, em defesa dos interesses da categoria. É por isso que quando acontece incorreções em qualquer governo, seja ele federal, estadual ou municipais, o Sindilimp-BA mobiliza os trabalhadores e em muito lugares vamos à greve. Conseguimos uma grande vitória em Salvador.

Destacamos o papel positivo do chefe da Casa Civil, João Cavalcanti e da Sesp, Fábio Mota. Criticamos mais uma vez, porém, a postura autoritária da Sefaz na pessoa de seu secretário Flávio Matos que aprendeu na marra a respeitar o Sindilimp-BA e os trabalhadores.

Acreditamos que dessa vez os trabalhadores terceirizados de Salvador não irão mais trabalhar 30 dias e ter que se mobilizar para receber o que é devido. Assim esperamos, caso contrários vamos lutar mais uma vez.