sábado, 13 de dezembro de 2008

Há 40 anos, a ditadura implantava o AI-5

No dia 13 de dezembro de 1968 o Brasil foi surpreendido por mais um ato de arbitrariedade da ditadura militar implantada em 1964. Nesse dia foi editado o Ato Institucional nº 5 que conseguiu tornar um regime violento em mais violento ainda. Aprofundou a instalação do terror pelo Estado de exceção. O Ato Institucional nº 5 foi assinado pelo general-presidente da República, Arthur da Costa e Silva.

O AI-5 suspendeu os direitos civis e constitucionais e levou o País - por suas forças militares e policiais - a um estado de perseguição, prisão, tortura, morte e desaparecimento de adversários do regime ditatorial. A censura se abateu de forma ostensiva sobre os jornais, revistas, rádios e TVs e sobre os jornalistas. A liberdade de imprensa foi anulada. O mesmo sobre a música, o teatro e o cinema.

A proibição a manifestações públicas, reuniões, protestos e organização passou a vigorar de forma inapelável. A violência se estabeleceu de maneira impiedosa.

O AI-5 dava poderes absolutos ao regime militar e a primeira conseqüência foi o fechamento do Congresso Nacional. Os mandatos dos deputados, senadores e vereadores entraram em recesso. O instituto do habeas corpus foi suspenso e qualquer pessoa poderia ser presa sem razão maior, processado e sem direito a recorrer contra. O ato vigorou por dez anos, até 31 de dezembro de 1978. 40 anos depois é passado que se repudia, mas que não se esquece.

Faço esta observação neste dia 13 de dezembro de 2008 para que não se diga que o movimento sindical tem memória curta. Nós não podemos e não vamos esquecer porque isso seria o mesmo que deixar em aberto a possibilidade que uma ditadura volte a ser implantada.

Em nome de todos os que morreram e lutaram pela redemocratização do Brasil temos a dizer muito obrigado e vamos em frente para aprofundar a democracia que queremos e construir uma sociedade igualitária no Brasil onde todos tenham vez e voz, ou seja, igualdade de oportunidades.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Mais uma vitória: Trabalhador deve lutar em todos os campos

A diretoria do Sindilimp-BA (Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza do Estado da Bahia) luta em todos os campos, após uma avaliação profunda de nossas forças, para defender e ampliar os direitos dos trabalhadores em geral, em especial os terceirizados que são os mais explorados entre os explorados.

Se tivermos força e organização não nos recusamos a ir à greve, manifestações públicas e outras formas mais incisivas de ação. Não abrimos mão, porém, de sempre buscar uma solução negociada porque expõe menos os trabalhadores à retaliação patronal e abrevia o tempo gasto com um processo na Justiça, seja ela civil ou trabalhista.

De 1º a 5 de dezembro houve uma mobilização por parte dos Tribunais Regionais do Trabalho buscando a realização de negociações de casos pendentes como parte do projeto “Movimento pela Conciliação” coordenado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Nós do Sindilimp-BA apoiamos e estimulamos que outros se realizem tendo em vista o grande número de demandas litigiosas e o tempo para a análise dos processos pelos tribunais. Nada como o diálogo aberto e franco entre as partes, pois a conciliação dá mais celeridade aos trâmites judiciais, possibilitando rapidez na resposta definitiva ao caso que levou o reclamante a procurar a Justiça.

Um princípio, porém, não abrimos mão: os trabalhadores não podem ser os únicos a ceder e ser prejudicados. Nosso compromisso é com a defesa dos interesses dos trabalhadores.

No dia 2 de dezembro obtivemos uma grande vitória. A 13ª Vara do Trabalho de Salvador promoveu uma conciliação de mais de R$ 1 milhão, beneficiando 460 pessoas (processo 01303-2008-013-05-00-4 RT). Na reclamação, contra a Ícone Construções e Serviços Ltda. e a Universidade Federal da Bahia (UFBA), os trabalhadores foram representados pelo Sindilimp-BA. A audiência não constava inicialmente na pauta, mas entrou como extra por solicitação das partes, cujos representantes foram pessoalmente à 13ª Vara e pediram a audiência à juíza titular Viviane Tanure Mateus. A ação foi ajuizada no dia 25 de novembro último, em decorrência de demissões e atrasos de salários, mas já estávamos em processo de negociação há três meses.

Ficou assegurado o recebimento de R$ 1.044.897,45 (um milhão, quarenta e quatro mil, oitocentos e noventa e sete reais e quarenta e cinco centavos) e os recursos advêm dos créditos de faturas da Ícone Construções e Serviços Ltda. bloqueados junto à Universidade Federal da Bahia (UFBA) que tem agora o prazo até o dia 16 de dezembro para fazer a quitação.

A conciliação prevê também que se o pagamento não for efetuado até a data limite, a UFBA deverá pagar, também, 50% sobre o valor desta conciliação, a título de cláusula penal.

Uma grande vitória de quem aposta na luta e na mobilização e não se recusa a defender os interesses dos trabalhadores em qualquer local ou instância. Os trabalhadores em limpeza estão mais uma vez de parabéns.