sábado, 11 de outubro de 2014

Não é a mesma coisa. Vote em Dilma Rousseff 13 em legítima defesa

Não é a mesma coisa. Vote em Dilma Rousseff 13 em legítima defesa

*Luiz Carlos Suíca


Peço seu voto em Dilma Rousseff para não perdermos o que conquistamos até aqui. Nos atacam não pelos nossos erros e sim pelo nossos acertos.

Dizer que não vota em Dilma Rousseff e que vai votar nulo, branco ou no adversário é algo que precisa de reflexão. Que Brasil você acredita que teremos daqui a quatro anos se Aécio Neves ganhar as eleições? Com certeza não será o de direitos sociais para todos.

As eleições no dia 5 de outubro mostra um preocupante crescimento da representação dos patrões das grandes indústrias, das multinacionais, dos latifundiário que hoje gostam de ser chamados de ruralistas ou membros do agronegócio. Todos eles são conservadores. Querem retirar direitos. Em comum: Apoiam Aécio Neves.

Quem diz que tanto faz e por isso votará nulo dizendo ser isso uma posição de esquerda, digo que você está fazendo o jogo da direita porque estamos diante de inimigos de classe. Os apoiadores de Aécio são contra a reforma agrária, violam os direitos indígenas, fazem discurso de ódio à diversidade e aos direitos humanos.

Você que votou em Luciana Genro 50 e Zé Maria 16 sabe que no PT há setores tensionando para que os direitos dos trabalhadores e do povo não sejam retirados. Do lado de lá, não há ninguém em defesa dos trabalhadores. Mantenha sua oposição programática de esquerda, preserve sua posição crítica, porém, não se omita em nome de um falso radicalismo que só levará nossos inimigos ao governo. Você será responsável, sim, se isso ocorrer em razão de sua omissão ou ação.
Diante da composição de forças políticas e sociais que defendem as candidaturas, não tenho receio em pedir seu voto em Dilma Rousseff. Você sabe que a candidatura tucana é representante do retrocesso.

Vote em Dilma Rousseff 13 e em diversos momentos nos encontraremos lado a lado na defesa da Reforma Política com participação popular, por Reforma Tributária onde os ricos paguem mais, por igualdade de gênero, fim do racismo, respeito à diversidade sexual, por um Estado Laico. Vamos juntos lutar por um Brasil livre, soberano, justo, igualitário e fraterno. No dia 26, domingo, vote em Dilma Rousseff 13. Isso não vai retirar suas críticas ao PT, muito pelo contrário. Seu voto vai impedir que aqueles que comandaram a privataria tucana retornem. Vamos juntos! Não seja cúmplice do retrocesso!

*Luiz Carlos Suíca (PT) é vereador em Salvador e recebeu 32.069 votos para deputado estadual nas recentes eleições sendo o 10º mais votado na capita
l.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Em relação aos 59 terrenos desafetados e demais projetos sempre votarei com o povo

Quem não tem base, pouco ou nada representa, em nada acrescenta com sua presença a luta popular pela construção de uma Salvador e uma Bahia melhor para todas e todos vive a cata de alguns milímetros na mídia impressa e alguns segundos nas televisões e rádios. Para aparecer fazem de tudo, até atacar companheiras e companheiros que estão no mesmo campo de luta política.

Querem me tachar, assim como a maioria dos vereadores do PT, de termos atuado de forma contrária ao que determina os princípios partidários. É uma inverdade. Votei e sempre votarei com a minha consciência tranquila do dever cumprido. Faço oposição a atual administração municipal, mas não faço oposição a cidade de Salvador. Quero o melhor para a nossa cidade.

Em relação aos 59 terrenos desafetados é preciso que fique claro que o prefeito ACM Neto já contava com 29 votos no plenário para votar seu projeto de desafetação dos imóveis da forma original, isto é, da forma que foi apresentado à Casa. Não foi o voto do PT e PSB que assegurou a vitória do executivo.

Graças a habilidade política e capacidade de negociar que asseguramos a retirada da Praça Wilson Lins (no antigo Clube Português), uma área verde no Itaigara, um terreno do estado na Avenida Garibaldi e a cessão de uma área para a construção de um conjunto habitacional para os servidores da Câmara Municipal der Salvador. Protegemos os interesses dos petroleiros e o sonho da casa própria dos servidores da Câmara. Consideramos isso uma grande vitória porque não fosse nossa postura firme tudo seria perdido.

Quero deixar patente que os terrenos municipais estavam e estão sendo utilizados por negócios privados. Um dos princípios que defendemos é que espaço público é para ação pública e de preferência gratuita. Ora, nos terrenos encontramos universidades privadas que cobram caro dos estudantes, restaurantes de luxo onde a maioria da população de Salvador não tem dinheiro para frequentar. É isso que queriam que defendêssemos? Se a resposta é sim, traidor é quem defende um absurdo desse.

Asseguramos que os imóveis terão como destino leilões transparentes e o dinheiro arrecadado usado para a construção do Hospital do município. Uma cidade com a dimensão de Salvador não pode ficar sem um Hospital Municipal de qualidade, público e gratuito. Outra parte destina-se ao Fundo Garantidor, uma espécie de reserva imobiliária da prefeitura, que será usada como hipoteca nas parcerias público-privadas (PPPs). Por fim, e em minha opinião de grande relevância, assegurasse a implantação do Centro Administrativo Municipal, postos de saúde e escolas.

Não tenho do que me envergonhar. A posição e o voto que defendi me honram. Não me entreguei aos interesses imobiliários ou trai o PT e seu ideário. Estou em plena campanha pela reeleição da presidenta Dilma Rousseff, de Rui Costa a governador e de Otto Alencar a senador. Não me escondo. Em quase todas as atividades estou presente. Não traio Otto Alencar, uma das pessoas mais leais aos dois mandatos de Jaques Wagner. Sou uma pessoa que reconhece o que as pessoas fazem e não traio ou dou punhaladas à traição. Repito, faço oposição com franqueza e crítico sempre que os interesses da população forem atacados. A cidade de Salvador, a Bahia e o Brasil são muito maiores que mesquinharias e mentiras. Para fazer o Brasil avançar mais vamos unidos contra as mentiras e o retrocesso.

*Luiz Carlos Suíca - vereador PT
Presidente da Comissão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Sempre lembrar a Revolta dos Búzios para mostrar que a nossa gente quer muito mais


*Vereador Luiz Carlos Suíca

Quero lembrar a importância da mobilização popular contra todas as formas de opressão que tem na Revolta dos Búzios, Revolta dos Alfaiates ou Revolta das Argolinhas, com início no dia 12 de agosto de 1798, um dos seus símbolos que deve ser perpetuado como marco contra a arbitrariedade.

Há um proposição aprovada pela Câmara Municipal que precisa ser lembrada para recuperar a história de minha categoria nesta Casa. O então vereador Paulo da Anunciação apresentou a proposta de colocação de bustos, na Praça da Piedade, dos alfaiates Manuel Faustino e João de Deus e dos soldados Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas, mortos em 8 de novembro de 1798 na Revolta dos Búzios. No dia 23 de abril de 2001 o projeto foi aprovado e os bustos lá estão ou devem estar para contribuir com a recuperação da participação negra e popular na História do Brasil e elevar a autoestima dos afrodescendentes.

O nome desses heróis já constavam nos portais da Praça da Piedade mas a fixação dos bustos concretiza e torna visível as figuras deles. Creio que preservando e revendo nossa História podemos construir um futuro muito melhor para todos. Lembro que Paulo da Anunciação também tem sua origem na categoria dos trabalhadores em limpeza.

O sonho de construção de um Brasil onde não houvesse desigualdade econômica e social e onde pessoas não fossem julgadas de acordo com cor da sua pele sempre esteve e está presente. A Revolta dos Búzios recebeu estes nomes devido ao fato de usarem um búzio preso à pulseira para facilitar a identificação entre si, por usarem uma argola na orelha com o mesmo fim e também por que alguns dos conspiradores eram alfaiates. Foi formada por pessoas de várias etnias e classes sociais, desde escravos, negros livres, soldados, oficiais militares, sapateiros, carpinas, comerciantes, padres, etc., que aderiram ao movimento.

No dia 12 de agosto de 1798, em dez locais diferentes da cidade do Salvador amanheceram com um manifesto colado em suas paredes, que dizia:
“Está pra chegar o tempo feliz da nossa liberdade; o Tempo em que seremos irmãos: o tempo em que todos seremos iguais”.

“Homens, o tempo da liberdade para nossa ressurreição; sim para ressuscitareis do abismo da escravidão, para levantareis a sagrada Bandeira da Liberdade”.
”Ó vós povos que viveis flagelados com pleno poder do indigno coroado esse mesmo Rei que vós criastes; esse mesmo Rei tirano há que se firmar no trono para vos veixar, para vos roubar e para nos maltratar”.

Apesar de bacharel e licenciado em História não quero me prender ao relato histórico. Quero fazer um paralelo entre o racismo da época e o de hoje. No dia 23 de agosto, o autor do manifesto, Luiz Gonzaga das Virgens e Veiga, soldado, negro, foi capturado pelas forças de repressão do governo colonial. Pouco a pouco os revoltosos foram sendo presos, porém todos os intelectuais brancos e detentores do poder econômico foram perdoados; os que foram castigados foram degredados para Fernando de Noronha, ou para a África. Apenas os negros foram severamente punidos, a fim de servir de exemplo para aqueles que teimassem em sonhar com um Brasil livre, democrático e sem preconceitos.

É isso que queremos construir com a maioria da população: Um País de iguais onde exista verdadeiramente igualdade de oportunidades. Estamos acompanhando com tristeza o massacre da juventude negra no Subúrbio Ferroviário quando diversos jovens foram mortos e sequestrados em pleno julho/agosto de 2014. Contra esse absurdo já lutavam nossos ancestrais na Revolta dos Búzios.

A importância histórica não fica somente no anticolonialismo. Já apresentava passos que ainda trilhamos nos seus aspectos sociais em sua avançada formulação política. Influenciadas pela filosofia iluminista e pelas revoluções de 1789 e 1792 na França, essas idéias ganharam cor e local na Bahia. Por isso mesmo a concepção de igualdade perante a lei tomou ênfase na igualdade de cor; uma repulsa as discriminações pela cor que então atingiam a Bahia. Atingiam e continuam atingindo.

O movimento desencadeado com a publicação de manifestos na manhã do dia 12 de agosto de 1798 fazia severa denúncia da exploração colonial, expressavam sentimento de independência, reivindicava igualdade de todos perante a lei.

A Revolta dos Búzios não durou apenas de 12 a 25 de agosto de 1798, influenciados pelos ideais da Revolução Francesa, os negros e mestiços de Salvador sonharam em criar uma sociedade, justa, igualitária e com liberdade para todos. Escreveram um projeto de Brasil diferente deste que hoje vivemos e que com unidade vamos transformar e fazer avançar ainda mais as conquistas que acumulamos até aqui.

Encerro utilizando um aviso espalhado pelas ruas da cidade naquela ocasião: “Aviso ao povo bahianense, que está para chegar o tempo feliz da nossa liberdade, tempo em que todos seremos irmãos, tempo em que todos seremos iguais”.