segunda-feira, 7 de setembro de 2009

E por falar em Independência...

Hoje é dia 7 de setembro e a questão da verdadeira independência do Brasil deve passar pela cabeça de todos que acreditam que este nosso País pode, deve e será melhor para todos se atuarmos de forma firme para isso. Isso passa por uma avaliação de nossa atuação política também.

“Se você é petista, por que apresenta tantas críticas aos governos da Bahia e o federal?”, alguém sempre me pergunta ou na falta de coragem manifesta este pensamento na minha ausência.

Como acredito no livre debate e que as amarras de quem controla a máquina governamental e partidária não podem nos derrotar, quero aqui fazer algumas considerações.

Só a cegueira partidária pode deixar de ver que houve no Partido dos Trabalhadores (PT) uma profunda mudança programática sem que isso fosse debatido e discutido com a totalidade dos militantes. Quem fala hoje nos governos petistas que um dos pontos programáticos do partido é a construção de uma sociedade “socialista e democrática”? O que se chamou de socialismo hoje virou o gerenciamento do estado capitalista.

De forma inegável, este período petista introduziu elementos que ampliaram a questão de justiça social, uma bolsa-família, um FIES, uma cota racial em diversas universidades e outros avanços pontuais, porém, muito longe do que previa o programa original do PT.

Os burocratas que hoje dominam a máquina partidária são um obstáculo ao desenvolvimento do ideário petista inicial que me levou a filiar, junto com diversos membros da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza do Estado da Bahia (Sindilimp-BA), ao PT.

Os dirigentes do PT são funcionários partidários, ou seja, recebem e bem para serem dirigentes, são os chamados profissionalizados. Isso tem um ponto positivo que permite a dedicação exclusiva ao trabalho partidário, porém, como contrapartida, traz a burocratização excessiva e a luta ferrenha para se manter no posto já que os salários são bons e ninguém abre mão de um padrão de vida para se arriscar no mercado de trabalho em crise.

As chamadas bases não são ouvidas e os burocratas jogam soltos para fazer o que bem desejarem.

Quando vejo gente como Heloísa Helena,, Chico Alencar, Milton Temer, Chico Oliveira, senadora Marina Silva, senador Flávio Arns, só para citar alguns já que a debandada foi muito grande e alguns até saíram de forma silenciosa, pergunto: Quem mudou, o PT ou estas pessoas de honra inquestionável?

Tratar com desdém e baixeza quem saiu e chamá-los de “envergonhados que saíram do PT”, mostra o nível de falta de debate político que o partido alcançou.

Faço esta observação, esse questionamento, porque acredito que o PT dos meus sonhos não pode e não deve morrer. É preciso que se trilhe o caminho do debate livre e não burocratizado. Que se valorize o militante e não apenas o dirigente partidário regiamente pago enquanto centenas de companheiros e companheiras passam dificuldades.

O PT que conheci era aquele ligado às bases, nas fábricas, locais de trabalho, escolas, igrejas, universidades, a sociedade em geral. Nossos aliados principais eram todos esses que saíram do PT e os demais que se distanciariam ou foram alijados das decisões partidárias.

Acredito que podemos estabelecer uma política de alianças e ação que tenham como aliados preferenciais o nosso povo através de suas lideranças de base, as organizações comunitárias, os sindicatos, os universitários e não o que vemos hoje.

Não me passa pela cabeça que gente boa possa ser tratada como inimiga enquanto os aliados preferenciais de hoje, na opinião dos burocratas do PT, sejam gente como Jader Barbalho, Renan Calheiros, José Sarney, Gilvan Borges, José Múcio, Romero Jucá, Collor de Melo, e outros tantos que passaram a circular na mesa petista com desenvoltura.

Em breve o Partido dos Trabalhadores promoverá o PED (Processo de Eleição Direta) e espero, para a sobrevivência do próprio PT, que o ideário inicial seja recuperado. Em legítima defesa!

Nenhum comentário: