A diretoria colegiada do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza do Estado da Bahia (Sindilimp-BA) protesta contra a atitude de desprezo do governo estadual em relação aos trabalhadores terceirizados, alguns com até cinco meses de atraso salarial. Até quando tanta discriminação e falta de medidas administrativas para acabar com tamanha chaga social?
"Estamos por nossa própria conta". Essa frase do líder da luta contra o apartheid Steve Biko nunca nos pareceu tão real quanto agora, quando estamos lutando para que os trabalhadores recebam pelos meses trabalhados e não quitados.
Nas manifestações em homenagem à Independência na Bahia, dia 2 de julho, vimos a atividade do setor artístico e cultural. A mobilização do setor exigia uma nova política de gestão para a área e resumia a atual em uma frase: "A lógica empregada pelo governador é tosca".
A resposta do governo estadual foi imediata e no dia 5 o governador e a primeira dama recebem representantes do setor artístico e cultural no Palácio de Ondina. As reivindicações são apresentadas e promete-se estudá-las e atendê-las. Nada mais natural e democrático que assim se comportar.
O que estranhamos e repudiamos é o tratamento desigual recebido pelos trabalhadores terceirizados, em especial do setor de limpeza, asseio e conservação. Há muito tempo protestamos, a opinião pública sabe do nosso tormento, a imprensa tem sido nossa parceira na divulgação de tantos e tão graves obstáculos que os atrasos salariais ocasionam, porém, o governo estadual omisso não toma nenhuma medida para resolver os problemas enfrentados por cerca de 7 mil funcionários.
Qual a razão de tamanha discriminação? Será que os trabalhadores terceirizados não merecem respeito? Será que a humilhação enfrentada por mães e pais de família de ficar sem a garantia de que terão seus salários pagos e expostos à vergonha de não poder quitar com suas obrigações, ficar nas mãos de agiotas, ameaçados de despejos de suas casas e até mesmo de morte em alguns casos nada significa para o governo estadual? Em nota oficial o governo expressa "profundo respeito pela classe artística e pelo conjunto de trabalhadores do segmento de comunicação e cultura". Ora, os trabalhadores terceirizados não merecem o mesmo?
Em nome dos trabalhadores que atuaram e atuam com profissionalismo e não recebem os salários devidos manifestamos nosso repúdio aos descaso administrativo e político e exigimos o imediato pagamento de tudo que é devido.
Luiz Carlos Suíca
Coordenador do Departamento Jurídico do Sindilimp-BA
p/Diretoria Colegiada do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza do Estado da Bahia
7 de julho de 2009
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