sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Uma vergonha chamada novela de Pituaçu

Sou torcedor do Esporte Clube Bahia, time que inaugurou em 1979 o Estádio Metropolitano Roberto Santos, que por razões políticas ou não ficou mais conhecido como Estádio de Pituaçu, porém, não é possível ver os absurdos cometidos com o dinheiro público para agradar a torcida tricolor.

Depois da tragédia da Fonte Nova que ocorreu no domingo, dia 25 de novembro de 2007, quando sete pessoas morreram, sendo que uma era membro da nossa categoria, dos trabalhadores em limpeza, Djalma Lima Santos, ficou patente que o problema maior do E.C.Bahia é a falta de competência administrativa, no mínimo. da direção do clube.

O E.C.Bahia é um clube, um negócio particular e dinheiro público é para ser gasto com a população em geral e não para beneficiar um negócio privado. Se o E.C.Bahia é deficitário por que não se larga o osso e deixam novas pessoas e novas direções assumi-lo? Já se vendeu dezenas de jogadores a preço de ouro. Daniel Alves é um exemplo mais recente. Onde e como se investiu os recursos dessas transações?

Vejo com tristeza na página da Conder na internet notícias sobre o Estádio de Pituaçu referindo-se apenas ao Bahia. A Conder está a serviço do clube ou do Estado?

Falo como cidadão e não como torcedor. Moro perto do Estádio de Pituaçu e poderia ir andando até lá. Quero ver o Bahia jogar em Salvador nos braços de sua torcida, mas não a qualquer preço.

A reforma do Estádio de Pituaçu foi orçada em janeiro de 2008 a um custo em torno de R$ 22 milhões no total. Não sei se pela responsabilidade, ou falta dela, da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) ou da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) chegamos a algo em torno de R$ 55 milhões de acordo com números oficiais.

O torcedor tricolor e os desportistas em geral, para ser mais exato, a população baiana toda, sem nenhuma distinção, precisa de casas populares, saneamento básico, saúde e educação públicas e de qualidade e tantos outros investimentos sociais do governo do Estado da Bahia. Será que neste momento e com tantas outras prioridades foi correto gastar R$ 55 milhões ou mais em um estádio de futebol?

Quero manifestar minha opinião independente e antes de saber a decisão do Instituto de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Claro que depois de se gastar tanto dinheiro público não vou propor a implosão do estádio que lá está desde 1979, porém, que as concessões para que o E.C.Bahia e demais clubes ou atividades particulares façam uso do espaço público sejam transparentes e mostrem que não mais em nossa terra as coisas serão feitas por baixo do pano ou com acordos políticos obscuros.

Como torcedor quero que o E.C.Bahia seja campeão. Como cidadão defendo, repito, que dinheiro público seja usado em benefício da maioria da população. Viva o Bahia! Viva a Bahia!

Um comentário:

Anônimo disse...

O Estádio professor Roberto Santos, chamado estádio de Pituaçú ,foi construído para demandar os jogos de dois times tradicionais que não tinham praça de jogos , o Ypiranga, o mais querido, e o Galícia, o demolidor de campeões.

.Não foi uma benesse do Governo do Estado nem por favoritismo barato, mas por esses representarem historicamente duas torcidas que sempre honraram o futebol baiano,

Nenhuma das duas agremiações necessitaram de apadrinhamento nem tão pouco de favorecimento para se sustentarem, tanto que esses dois clubes sobrevivem graças à determinação de alguns abnegados torcedores e conselheiros.

Quando o E.C Bahia demandou seus jogos na Fonte Nova, pergunto: Será que pagava algum centavo à SUDESB? Quanto o E.C Bahia deve de aluguel do estádio Otávio Mangabeira? Respondam-me Srs. Raimundo Nonato e Sr. Nilton Vasconcelos? Acho que os senhores não sabem não é? E O Sr. Governador, que coisa feia, na época Deputado Federal quis, por puro populismo barato, subir o Bahia pelo tapetão. Vamos deixar de brincar com coisa séria. Dinheiro público não pode ser pra favorecer a quem teve um terreno onde hoje é o shopping Iguatemi para construir um estádio e vendeu.

Vamos deixar de pilantragem.

Carlos Bastos Junior ( China)